SÓ PRA VOCÊ

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segunda-feira, 16 de maio de 2011

Faxina geral

Vassoura em punho e ao som de Mozart, vou tirando, alegremente e em tons maiores, o pó da casa e, também, o meu. Logo vejo renascer - do lixo de lembranças distorcidas, preocupações descabidas, desejos reprimidos - a minha bailarina. Tão criança! Tão aberta para a vida! Tão cheia de vazio! Tão inteira no presente! Dançar ao som da vitrola da minha casa era toda a minha vida. A minha mente não era necessária. Não fazia planos. Apenas era, existia, dançava, vivia. Agora, aqui, intensamente presente, na faxina de roupas, louças, pisos e coisas, percebo a faxina, também, em mim mesma. Descubro, então, que o tempo não passou. Quando nos movemos no presente provamos o sabor da eternidade. E o mundo inteiro é nosso, e nós somos inteiramente do mundo. Quando abrimos o coração para o mistério de viver tudo faz sentido sem explicação. E viva o meu jardim, folhas secas no chão, cocô das minhas meninas de rabo, o canto dos pássaros, flores abrindo, frutas caindo! E viva eu, viva tudo, viva o Chico Barrigudo!!!

Um comentário:

  1. Vamos começar uma nova faxina...Quero cantar, curtir muito essa minha volta a Floripa, essa nova vida cheia de insegurança que me espera...vou ter muita coisa a arrumar e, claro, desfrutar...

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