SÓ PRA VOCÊ

SÓ PRA VOCÊ

terça-feira, 31 de maio de 2011

Viagem Cósmica

Minha alma peregrina
De tantos corpos, tantos mares, tantos ares
Não te contentes em ser pequenina
Cresce além do tempo, além do espaço, além do cansaço
Encontra a eternidade da tua essência, da tua verdade, da tua divindade
Vieste, sim, mais uma vez, mas, vê se - desta vez - te percebe perdida e te acha nas profundezas do teu ser, e te conduz às alturas do teu esplendor, sem mais nascer, sem mais morrer, apenas dissolver no infinito...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O AMOR

Assisto, aos homens e às mulheres, no cotidiano de suas vidas, empenhados em enfrentar a vida, vencer na vida, ser alguém importante.
Fico a me perguntar:
- Enfrentar o que? Vencer de que jeito? Ser importante pra que?
Pra começar, a gente só enfrenta inimigo, e a vida não é senão uma grande amiga que, como um espelho, reflete exatamente o que estamos apresentando a ela. Quanto a vencer, se temos que vencer alguma coisa, que sejam apenas os nossos medos, traumas, culpas, frustrações, aquilo que pesa em nossa bagagem e compromete nossos passos pelo caminho da Existência. E importantes já somos todos nós apenas pelo simples fato de nascermos neste Planeta. Dizem os estudiosos que o desafio maior dos extraterrestres é descobrir, entender, dominar o AMOR, essa energia que nenhuma tecnologia consegue aplicar num sistema lógico, padrão, em série. O AMOR, esse sentimento louco e mágico que nos faz sorrir, chorar, cantar, dançar, pintar, escrever versos, abraçar, beijar, celebrar a vida a partir das mínimas coisas. Portanto, pra mim, não há ser mais evoluído no Universo do que aquele que sabe amar, do que aquele que cuida e defende o AMOR até que alcance as alturas e as profundezas do seu enorme poder e potencial: fazer pleno e feliz a si próprio e a todos que estão ao seu redor.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Faxina geral

Vassoura em punho e ao som de Mozart, vou tirando, alegremente e em tons maiores, o pó da casa e, também, o meu. Logo vejo renascer - do lixo de lembranças distorcidas, preocupações descabidas, desejos reprimidos - a minha bailarina. Tão criança! Tão aberta para a vida! Tão cheia de vazio! Tão inteira no presente! Dançar ao som da vitrola da minha casa era toda a minha vida. A minha mente não era necessária. Não fazia planos. Apenas era, existia, dançava, vivia. Agora, aqui, intensamente presente, na faxina de roupas, louças, pisos e coisas, percebo a faxina, também, em mim mesma. Descubro, então, que o tempo não passou. Quando nos movemos no presente provamos o sabor da eternidade. E o mundo inteiro é nosso, e nós somos inteiramente do mundo. Quando abrimos o coração para o mistério de viver tudo faz sentido sem explicação. E viva o meu jardim, folhas secas no chão, cocô das minhas meninas de rabo, o canto dos pássaros, flores abrindo, frutas caindo! E viva eu, viva tudo, viva o Chico Barrigudo!!!

sábado, 14 de maio de 2011

As flores e eu

Eu tinha um vasinho de porcelana chinesa muito lindo e que ficava a enfeitar o balcão da Hippie Chique, uma loja que tive de coisas místicas, roupas indianas e artesanato de feira hippie. Uma senhora que eu amo muito e que também me ama, ao ver aquele vasinho sempre vazio, passou a me trazer - depois de suas caminhadas matinais - uma florzinha brejeira que ela achava pelo caminho. Foi a forma mais carinhosa e bonita que ela encontrou de me dizer "bom dia" e de valorizar aquele vasinho. E eu recebia a mensagem com muita gratidão. Mas, algo me incomodava muito ao sentir que, por minha causa, todo dia, uma florzinha tinha o seu processo interrompido. Chegava até a imaginar que elas, bailando ao vento e se deliciando com o sol, ao perceber que aquela senhora estava se aproximando, pudessem se estremecer de medo e até pensassem: quem será de nós que vai morrer primeiro, hoje? Me dava uma peninha da escolhida! Enquanto as outras continuavam em seu habitat natural, felizes da vida, estaria aquela, naquele vasinho limitado, antecipando o fim. Foi, então, que resolvi o problema: deixei cair "sem querer" o vasinho. Ele se partiu em pedacinhos impossíveis de colar, mas deixou de ser, para sempre, o motivo da tristeza de tantas florzinhas. E, assim, tudo ficou bem, pois o "bom dia" da senhora amada continuou com o que vale mais, que é o sorriso, o beijo ou o abraço. E as flores me agradeceram por telepatia, dizendo: valeu!!!